
A computação em nuvem é como ter um supercomputador disponível na internet, pronto para ser acessado quando e onde você precisar.
Em vez de investir em máquinas físicas caras e limitadas, a nuvem permite utilizar servidores virtuais, armazenamento escalável e ferramentas avançadas, pagando apenas pelo que usar.
Essa tecnologia revolucionou a forma como utilizamos recursos digitais. Serviços como Netflix, ChatGPT e Google Drive são exemplos claros de como a nuvem facilita o acesso a conteúdos e soluções de alta performance.
Mais que um usuário, você pode trabalhar com cloud computing e isso pode transformar a sua vida profissional.
Neste artigo, você vai entender o que é computação em nuvem, por que ela é importante para quem programa, especialmente em Python, e como dar os primeiros passos para construir sua carreira nessa área.
Vamos lá?
O que é computação em nuvem?
A computação em nuvem é uma tecnologia que permite acessar recursos computacionais sob demanda por meio da internet. Esses recursos incluem servidores físicos ou virtuais, armazenamento de dados, ferramentas de desenvolvimento, softwares e até soluções de inteligência artificial (IA).
Em vez de depender do poder limitado de um computador ou de uma pequena rede de hardwares, você pode simplesmente “alugar” máquinas em data centers espalhados pelo mundo, pagando apenas pelo que utilizar.

Tipos de serviços de nuvem
A computação em nuvem oferece diferentes tipos de serviços, que podem ser classificados em distintas categorias. Cada uma delas oferece níveis variados de controle e funcionalidades para atender às necessidades específicas de empresas e desenvolvedores.
Conheça as principais a seguir:

Infrastructure as a Service (IaaS)
A IaaS é a forma mais básica de serviço em nuvem. Com ela, você gerencia tudo acima do sistema operacional (aplicações, dados, middleware), enquanto o provedor cuida da infraestrutura física. Assim, você pode escalar seus recursos conforme necessário, pagando apenas pelo uso efetivo.
Exemplos de provedores de IaaS:

GCP: tudo o que você precisa saber para começar com Python
Platform as a service (PaaS)
A PaaS oferece um ambiente completo para o desenvolvimento e gerenciamento de aplicações. Ou seja, ela oferece todos os recursos necessários para a criação, teste, fornecimento e gestão de aplicativos de software.
Exemplos de provedores de PaaS:
Software as a Service (SaaS)
O SaaS, também conhecido como software baseado em nuvem ou aplicação em nuvem, é um modelo que disponibiliza softwares prontos para uso via internet, sob demanda.
Com ele, você consegue acessar o sistema por meio de um navegador, um aplicativo de desktop ou até uma API.
Além de promover economia e escalabilidade, esse modelo facilita a gestão e reduz o risco de perda de dados. Por conta desses benefícios, o SaaS é o modelo mais comum entre softwares comerciais.
Exemplos de provedores de SaaS:

APIs para iniciantes – HTTP, Requests e APIs com Python
Container as a Service (CaaS)
O CaaS é um serviço em nuvem que facilita o gerenciamento e a implantação de aplicações em contêineres. Ele permite otimizar a infraestrutura de TI, com integração simplificada e flexibilidade para lidar com variações na demanda.
Na prática, os provedores de CaaS oferecem ambientes prontos para tecnologias como Docker e Kubernetes, incluindo automações para escalabilidade, balanceamento de carga e descoberta de serviços.
Exemplos de provedores de CaaS:
- AWS Elastic Container Service (ECS);
- Google Kubernetes Engine (GKE);
- Azure Container Instances (ACI).
Serverless (Computação sem servidor)
Serverless é um modelo de computação em nuvem que permite executar códigos sem se preocupar com a gestão da infraestrutura. Toda a responsabilidade por provisionamento, escalabilidade e manutenção dos servidores é transferida para o provedor.
Na prática, a nuvem cuida de tudo em segundo plano, enquanto você se concentra apenas na lógica da aplicação.
Exemplos de provedores de computação serverless:
Tipos de computação em nuvem
Os tipos de cloud computing se referem aos diferentes modelos de implantação da nuvem. Cada um possui características específicas para atender às necessidades de negócios e perfis variados de usuários.
Essa versatilidade garante maior flexibilidade à tecnologia, permitindo que ela se adapte a diferentes contextos. Conheça a seguir os principais modelos disponíveis:
- Nuvem pública: é um ambiente em que todos os usuários acessam a mesma infraestrutura do data center do provedor, incluindo servidores, armazenamento e rede, pela internet;
- Nuvem privada: é dedicada exclusivamente a um único usuário ou organização. Nesse caso, a nuvem pode ser hospedada localmente no data center da organização ou por provedores externos. Geralmente, ela é utilizada por empresas que lidam com dados confidenciais ou que possuem requisitos específicos de segurança e conformidade;
- Nuvem híbrida: combina os dois modelos anteriores (público e privado). É ideal para empresas que precisam de segurança e controle em determinados processos, mas também querem aproveitar a escalabilidade da nuvem pública;
- Multinuvem: estratégia que utiliza serviços de múltiplos provedores. Com isso, as empresas podem personalizar seu ambiente em nuvem e escolher os serviços mais adequados para cada finalidade, evitando a dependência de um único fornecedor.
Aplicações práticas da computação em nuvem para quem programa
As aplicações de sistemas em nuvem vão além de soluções conhecidas como Netflix e Gmail. Essas ferramentas também fornecem recursos que facilitam o trabalho de desenvolvedores e cientistas de dados. Confira a seguir como você pode usar o cloud computing na programação.

Executar scripts e notebooks remotamente
Seu notebook ou PC pessoal tem algumas limitações físicas, como processador modesto, pouca memória RAM e, geralmente, nenhuma GPU dedicada.
Por isso, quando você tenta processar um dataset grande ou executar análises complexas, sua máquina pode travar, esquentar demais ou levar horas para terminar uma tarefa.
Você pode resolver esses problemas acessando sistemas em nuvens que oferecem máquinas virtuais superpotentes que você pode usar quando precisar.
Assim, você consegue executar scripts e notebooks em ambientes remotos, sem depender de máquinas locais com poder computacional limitado.
Para isso, você pode usar plataformas como Google Colab, AWS SageMaker e Azure Notebooks, que permitem rodar códigos de Python, R e outras linguagens diretamente na nuvem.
Esses ambientes oferecem infraestrutura avançada para processar grandes datasets rapidamente, realizar operações paralelas com eficiência e compartilhar projetos com equipes, sem problemas de compatibilidade.
Armazenar grandes volumes de dados
Com a nuvem, você pode substituir HDs externos e servidores locais por soluções como Amazon S3, Google Cloud Storage e Azure Blob Storage. Essas plataformas permitem guardar terabytes de dados estruturados ou não estruturados com total praticidade.
Os dados ficam disponíveis 24 horas por dia, sem a necessidade de dispositivos físicos. Além disso, esses serviços garantem segurança com criptografia automática, controle de acesso por usuário (IAM) e alta durabilidade dos arquivos.
Treinar modelos de IA com GPUs
Treinar redes neurais modernas ou executar algoritmos complexos de machine learning exige um poder computacional que vai além do que um computador comum pode oferecer.
Isso ocorre porque modelos robustos, como modelos de linguagem (LLMs) ou redes convolucionais, demandam muita memória RAM e paralelização, algo limitado em máquinas locais. Em muitos casos, uma CPU comum pode levar dias para concluir o treinamento de um modelo.
Para agilizar esse processo, você precisa usar processadores gráficos (GPUs) e unidades de processamento tensorial (TPUs). Eles aceleram os cálculos matriciais usados em deep learning.
No entanto, comprar uma placa de GPU exige um investimento elevado e a tecnologia pode ficar obsoleta em poucos anos.
Na nuvem, você pode alugar GPUs e TPUs por hora, o que é mais econômico do que comprar placas de vídeo de alto desempenho. Além disso, você pode usar serviços como Google Vertex AI, AWS SageMaker e Azure ML, que oferecem ambientes prontos para treinar e implantar modelos de IA.
Em projetos de grande escala, como LLMs ou sistemas de visão computacional, a nuvem ainda permite distribuir o processamento entre várias GPUs simultaneamente, reduzindo o tempo de treinamento de meses para apenas alguns dias.
Visão computacional com GPT-Vision: um guia para iniciantes
Hospedar APIs e dashboards
A nuvem eliminou a complexidade tradicional associada à publicação de aplicações web, APIs e dashboards. Antes, era necessário alugar uma VM, configurar um servidor web, instalar dependências e monitorar a máquina 24/7.
Hoje, com soluções serverless e PaaS, você apenas envia seu código e a plataforma cuida do resto, desde o provisionamento de recursos até a execução.
Por exemplo, se você quiser publicar uma API Flask no AWS Lambda, só precisa empacotá-la em um arquivo ZIP ou container Docker. O ambiente de execução é configurado automaticamente.
E, se sua API ficar popular do dia para a noite, a nuvem ajusta a capacidade sem intervenção manual. Ou seja, a solução oferece escalabilidade automática.
Na prática, isso significa que projetos que antes exigiam semanas de configuração e altos custos iniciais, agora podem ser publicados em questão de horas, com orçamentos acessíveis e a garantia de que estarão prontos para crescer quando necessário.
Automatizar tarefas e pipelines
A nuvem também oferece suporte para a automação de processos repetitivos, como o gerenciamento de pipelines de dados ou fluxos de trabalho de integração contínua/entrega contínua (CI/CD).
Para isso, você pode usar plataformas como AWS Lambda, Google Cloud Functions e Azure Functions. Elas permitem a execução automática de tarefas sempre que um evento é acionado, como o upload de um novo arquivo ou a chegada de dados novos.
Você ainda pode usar plataformas como GitHub Actions, Jenkins ou GitLab CI hospedadas na nuvem para automatizar todo o ciclo de vida do desenvolvimento. Isso agiliza o processo e ainda facilita a colaboração entre equipes de tecnologia.

GitHub: o que é, como funciona e como começar a usar
Computação em nuvem com Python: o que é possível fazer?
Python é uma das linguagens mais utilizadas na computação em nuvem, e isso não é por acaso. Sua simplicidade, versatilidade e um ecossistema robusto de bibliotecas tornam a linguagem ideal para integrar, automatizar e escalar aplicações na nuvem.
Além disso, Python conta com bibliotecas oficiais que facilitam a conexão com os principais provedores de serviços cloud. Por exemplo:

- Com o Boto3 (AWS SDK para Python), você gerencia serviços como EC2 e S3 com poucas linhas de código;
- Com as Google Cloud Client Libraries, é possível integrar o Python ao Compute Engine, Cloud Storage, BigQuery e outros serviços do Google;
- No Azure, o SDK para Python permite o gerenciamento de máquinas virtuais, bancos de dados e soluções de armazenamento com facilidade.
Ou seja, a união entre Python e computação em nuvem oferece uma gama de possibilidades para desenvolvedores e cientistas de dados.
Veja a seguir exemplos práticos do que é possível fazer com essa combinação:
1. Análise de dados
Você pode usar a Google Cloud Client Library para consultar dados do BigQuery e, em seguida, analisar e manipular esses dados usando Pandas. Essa combinação é ideal para aplicações de inteligência de negócios, ciência de dados e análises financeiras em larga escala, por exemplo.
2. Deploy de modelos de IA
No campo do machine learning, Python se destaca por permitir o treinamento e a publicação de modelos como APIs prontas para produção.
Você pode, por exemplo:
- Treinar o modelo com scikit-learn ou TensorFlow;
- Criar uma API com FastAPI;
- Implantar essa API em uma instância EC2 da AWS ou em containers gerenciados para garantir escalabilidade.
Esse processo se torna ainda mais simples com o uso de ferramentas como Boto3, para automatizar o provisionamento na nuvem, e Docker, para empacotar o projeto em um container portátil.

Deploy: guia completo para publicar suas aplicações Python
3. Automação de fluxos de trabalho
A combinação de Python com a biblioteca Boto3 permite automatizar praticamente qualquer tarefa na AWS, transformando processos manuais em operações eficientes e programáticas.
Quando você utiliza o Boto3, está criando scripts inteligentes que interagem diretamente com os serviços da AWS, como EC2, S3 e Lambda, sem necessidade de intervenção humana. E isso tem várias aplicações.
Por exemplo, vamos supor que você precisa gerenciar arquivos no Amazon S3. Em vez de fazer uploads manuais pela interface web, você pode escrever um script Python que monitora uma pasta local e automaticamente envia novos arquivos para o bucket apropriado no S3.
Esse mesmo script pode incluir lógica para verificar a integridade dos arquivos, aplicar transformações ou até disparar processamentos adicionais quando novos dados chegam.
4. Desenvolvimento de aplicações web
Frameworks como Flask e Django tornam o processo de construção e implantação de aplicativos web na nuvem muito mais rápido. Com Flask, você desenvolve APIs RESTful leves e eficientes em poucas linhas de código. Essa API básica pode ficar pronta em minutos.
Essa agilidade se combina perfeitamente com serviços como AWS Elastic Beanstalk e Google App Engine. Eles permitem implantar sua aplicação na nuvem com poucos cliques, cuidando automaticamente de escalabilidade, balanceamento de carga e atualizações.
Já o Django oferece uma estrutura completa para projetos mais complexos. Ele oferece recursos importantes, como sistema de autenticação de usuários, painel administrativo automatizado e ORM para banco de dados.
Quando você usa Django na nuvem, pode focar na lógica do negócio enquanto a infraestrutura se ajusta automaticamente ao tráfego. E isso tudo sem precisar configurar servidores manualmente.
Por que aprender sobre nuvem mesmo sendo iniciante?
Porque entender computação em nuvem pode abrir muitas portas no mercado de trabalho, mesmo para quem está começando. As empresas estão investindo cada vez mais em soluções baseadas na nuvem, e a demanda por profissionais qualificados nessa área só cresce.
Para se ter uma ideia, em 2024, o mercado global de cloud computing foi avaliado em mais de US$ 752 bilhões, e as projeções indicam um crescimento anual de 20% até 2030.
Esse avanço acontece porque empresas de todos os setores estão migrando suas operações para a nuvem.
O principal motivo é a adoção crescente de tecnologias como big data, IA e machine learning, que dependem de uma infraestrutura escalável e de alto desempenho, ou seja, exatamente o que a computação em nuvem oferece.
Esse cenário vai gerar milhares de novas vagas para quem se especializa em cloud. E, para aproveitar essas oportunidades, o melhor momento para começar a estudar é agora!
Como aprender computação em nuvem aplicada a dados e Python?
Dominar ferramentas de cloud computing é uma habilidade essencial para quem deseja atuar com análise de dados em escala, machine learning e automação de processos.
Para desenvolver essa competência, o ideal é começar explorando as principais plataformas de nuvem, como AWS, Google Cloud e Microsoft Azure, que oferecem serviços específicos voltados para dados e inteligência artificial.
O Python se integra perfeitamente a essas plataformas, permitindo a realização de tarefas como:
- Análise de grandes volumes de dados;
- Treinamento e deploy de modelos de IA;
- Automação de pipelines e rotinas complexas.
Quer se aprofundar nessa área aplicada a dados e Python? Faça nossa a Trilha de Engenharia de Dados!
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