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Retool

Retool: o que é, como funciona e como criar dashboards e apps low-code

Avatar de Carolina Carvalho Carolina Carvalho
11 minutos de leitura 02/10/2025 • Atualizado 24 dias atrás 5xp

O que é Retool?

Retool é uma plataforma low-code que acelera o desenvolvimento de aplicativos internos e dashboards. Lançado em 2017, ele se tornou popular principalmente no Vale do Silício.

Com o Retool, times de tecnologia conseguem criar ferramentas de administração, relatórios de dados, apps de suporte e automações de fluxo de trabalho em muito menos tempo do que se fossem programar tudo do zero.

Isso é possível porque sua proposta é bem simples. Você monta a interface com componentes prontos (como tabelas, gráficos, formulários) e conecta aos seus bancos de dados ou APIs

Lembrando que você precisa ter algum conhecimento técnico para personalizar lógicas ou escrever consultas em SQL e JavaScript. Apesar disso, o ganho de velocidade compensa o uso da plataforma.

Para que serve o Retool?

O Retool é muito usado para criar: 

  • Dashboards e relatórios interativos: consolida informações de diferentes fontes (bancos de dados, Google Sheets, APIs) em um único painel;
  • Ferramentas de administração e CRUDs: criação de interfaces de gestão de usuários, inventário, pedidos e qualquer fluxo que envolva criar, ler, atualizar e deletar dados;
  • Aplicativos de suporte ao cliente: facilita o desenvolvimento de telas internas para atendimento;
  • Automação de processos internos: permite configurar workflows que automatizam tarefas repetitivas;
  • Prototipagem rápida: startups e equipes de inovação usam a ferramenta para validar ideias sem precisar investir em aplicações complexas logo no início.

Principais recursos do Retool

O Retool concentra em uma única plataforma tudo o que você precisa para criar aplicações internas e dashboards de forma ágil. Conheça seus principais recursos:

Componentes prontos de interface

Biblioteca com tabelas, gráficos, formulários, botões e muito mais. Você só precisa arrastar para o editor, ajustar e conectar às fontes de dados. 

Templates e dashboards prontos

Tamplates Retool

A ferramenta oferece mais de 350 modelos para casos de uso comuns, como gestão de inventário, CRM e ferramentas de RH. Perfeito para começar em minutos com relatórios interativos já funcionando.

Integrações com APIs e bancos de dados

Conexão nativa com PostgreSQL, MySQL, Google Sheets, Slack, Stripe e várias outras ferramentas. Também suporta APIs REST e GraphQL, centralizando dados de diferentes origens em um só app.

Personalização com código

Diferentemente de soluções puramente no-code, o Retool permite usar JavaScript, SQL e até Python para transformar dados, criar lógicas complexas e customizar componentes.

Controle de versão com Git

Sincronize seus apps com repositórios Git, crie branches, faça PRs e só leve para produção após revisão, garantindo organização e segurança no desenvolvimento de projetos.

Permissões e segurança

Suporte a RBAC (controle de acesso baseado em funções), Single Sign-On (SSO) e registro de auditoria. Assim, cada usuário acessa apenas o que precisa, sem comprometer dados sensíveis.

Hospedagem flexível

Disponível na nuvem ou em versão self-hosted para empresas que exigem mais controle de infraestrutura e compliance.

Automações com lógica visual

Configure fluxos de trabalho e tarefas agendadas em uma interface simples, sem precisar programar do zero.

Limitações do Retool

Nenhuma ferramenta é perfeita. E com o Retool não é diferente. Ele se destaca pela velocidade e facilidade no desenvolvimento de aplicações internas, mas também recebe críticas em relação a desempenho e custo. Veja as principais desvantagens dessa ferramenta.

Extensibilidade limitada

O suporte a personalizações existe, mas é restrito. O Retool não permite desenvolver back-end completo em linguagens como Python ou Node.js, o que pode limitar aplicações mais complexas.

Problemas de desempenho em grandes volumes de dados

Quando as consultas são muito pesadas ou o conjunto de dados é grande, a performance cai. Isso acontece porque tudo roda no navegador, o que pode gerar lentidão em interfaces e queries.

Auto-hospedagem complicada

Embora exista a opção self-hosted, a configuração exige muitos recursos e conhecimento avançado em DevOps. Para muitas empresas, isso representa custo e complexidade adicionais.

Atualizações mais lentas no modelo local

Os recursos novos chegam primeiro na versão em nuvem e só depois (às vezes, meses depois) na versão auto-hospedada. 

Preocupações com segurança

Em 2023, um ataque de phishing a conta de um cliente deixou claro os riscos de depender de plataformas externas para operações críticas. Embora não tenha sido falha direta da Retool, o episódio gerou dúvidas sobre segurança.

Código fechado

Como não é open source, não há como auditar ou customizar profundamente o funcionamento da ferramenta. Isso pode ser um problema para empresas que priorizam transparência ou querem ter mais controle sobre a tecnologia usada.

Preço elevado

Preços planos Retool

O modelo de cobrança por usuário pode pesar no orçamento de times grandes. Além disso, funcionalidades avançadas como SSO e personalização de marca só estão disponíveis nos planos mais caros.

Retool vs outras ferramentas low-code

O mercado de plataformas low-code cresceu muito nos últimos anos e hoje existem diversas alternativas ao Retool. Cada uma tem seus pontos fortes e fracos, sendo que a escolha certa depende do perfil do projeto e do time envolvido. 

Por isso, vamos comparar o Retool com algumas das suas principais concorrentes: Appsmith, Airtable, Budibase e Mendix.

FerramentaFlexibilidadeIntegração com PythonEscalabilidade
RetoolAlta, com componentes prontos + personalização via JS/SQLIndireta, via APIs e scripts externosExcelente para empresas, com RBAC, GitHub e recursos corporativos
AppsmithMuito alta, open source e totalmente customizávelNão nativa, mas extensível com código abertoBoa para startups e times técnicos; menos refinado que o Retool
AirtableMédia; funciona mais como banco de dados visual colaborativoPossível via API, mas limitado para lógicas complexasEscala bem para colaboração, mas não para apps complexos
BudibaseAlta, open source com banco de dados integrado e pluginsIndireta, via plugins ou integrações externasBoa para equipes que buscam controle e baixo custo
MendixMuito alta, com IDE robusto (Studio Pro) e SDKSuporta extensões avançadas com linguagens externasExcelente para grandes corporações e projetos complexos

Quando usar cada ferramenta low-code?

  • Retool: use quando precisa criar dashboards e aplicações internas rapidamente, com componentes prontos, integrações corporativas e foco em segurança. Ideal para empresas de médio e grande porte que precisam de velocidade sem abrir mão de compliance;
  • Appsmith: indicado quando se busca baixo custo e liberdade de código aberto. Excelente para startups, equipes técnicas e desenvolvedores que querem personalização máxima e controle sobre o código;
  • Airtable: melhor opção quando o foco é organizar dados de forma colaborativa. Funciona como banco de dados visual e hub de informações para times de marketing, vendas ou projetos que priorizam simplicidade;
  • Budibase: boa alternativa se você quer uma solução open source com banco de dados integrado, voltada para ferramentas internas e automações. Indicado para times que priorizam baixo custo e customização;
  • Mendix: escolha quando precisa de uma plataforma robusta para projetos complexos e de larga escala. Ideal para grandes empresas que já têm times estruturados e podem investir em soluções mais caras.

Como criar um app básico no Retool

O Retool foi feito para simplificar sua vida. Em poucos minutos, você consegue montar um aplicativo interno sem precisar programar tudo do zero. Entenda como neste passo a passo:

1. Crie uma conta e escolha um template

Site Retool

Acesse o site do Retool e crie sua conta (com e-mail, Google ou GitHub). Em seguida, clique em Create new app. Para ganhar tempo, escolha um template pronto, que já vêm com componentes e exemplos prontos para ajuste.

2. Conecte ao banco de dados ou API

No painel, vá em Resources → Create new. Depois disso, selecione sua fonte de dados, como PostgreSQL e MySQL.

Agora, preencha os dados de acesso (URL, usuário e senha, no caso de bancos de dados, ou token de autenticação no caso de APIs). 

E clique em Test connection para confirmar a integração.

3. Monte a interface visual

No editor, use o canvas (área de construção). Assim, você pode arrastar e soltar componentes como tabelas, gráficos, botões e formulários.

Por exemplo, você pode arrastar uma tabela e conectá-la a uma query para exibir dados de clientes ou produtos.

4. Adicione lógica e interatividade

Para filtrar dados, use um campo de busca (TextInput) conectado à tabela. E para editar informações, adicione um formulário que puxe os dados da linha selecionada. Você também pode configurar um botão para rodar uma query de UPDATE no banco de dados.

5. Publique e teste o app

Por fim, clique em Preview para testar o aplicativo. Se necessário, ajuste erros ou melhore a interface. Em seguida, clique em Publish para liberar o acesso.

Pronto! Agora, é só compartilhar o app com sua equipe e definir permissões (quem pode apenas visualizar e quem pode editar).

Integração do Retool com Python e automações

Uma das grandes vantagens do Retool é que ele não precisa funcionar sozinho. Você pode combiná-lo com Python para criar soluções ainda mais avançadas. Veja algumas situações em que essa integração funciona muito bem.

Manipulação de dados

Antes de enviar informações para o Retool, pode ser necessário tratar ou transformar esses dados. E você pode usar Python para isso. Com ele, você pode:

  • Limpar e organizar informações vindas de planilhas ou bancos de dados;
  • Gerar cálculos ou métricas específicas;
  • Criar scripts de análise (por exemplo, usando Pandas para estatísticas).

Depois do processamento, os resultados podem ser expostos em uma API ou arquivo e integrados facilmente ao Retool.

Conexão com APIs e scripts externos

Como disse, o Retool se conecta a praticamente qualquer API REST ou GraphQL. Isso significa que você pode: 

  • Criar um script em Python que roda em segundo plano, processa dados e expõe resultados em uma API;
  • Fazer com que o Retool consuma essa API e exiba informações em tabelas, gráficos ou dashboards;
  • Automatizar tarefas, como buscar dados diariamente, processá-los em Python e atualizar um painel no Retool.

Exemplo de fluxo simples com Retool e Python

Vamos supor que você precisa acompanhar em tempo real a cotação de criptomoedas. Para isso, você precisa seguir o fluxo de trabalho abaixo.

1. Crie o script em Python

Use a biblioteca Requests para consumir dados da API do CoinGecko e salvar as cotações em um banco de dados ou disponibilizá-las em uma API própria:

import requests

url = "https://api.coingecko.com/api/v3/simple/price"
params = {"ids": "bitcoin,ethereum", "vs_currencies": "usd"}
data = requests.get(url, params=params).json()
print(data)  # {"bitcoin": {"usd": 62000}, "ethereum": {"usd": 3400}}

2. Conecte o Retool 

Integre o Retool ao endpoint criado ou ao banco de dados atualizado pelo script em Python.

3. Visualize no dashboard

No Retool, exiba os resultados em um gráfico em tempo real e configure um alerta automático para disparar quando o valor atingir determinado limite.

Essa integração mostra como Python + Retool podem trabalhar juntos. O Python faz o trabalho pesado de processamento e automação. Já o Retool cuida da interface visual e da interação com os usuários.

Como começar a criar apps internos e dashboards interativos combinando Python e Retool

O Retool é uma das plataformas low-code mais versáteis do mercado. Mas, para aproveitar todo o seu potencial, você precisa combinar essa ferramenta com conhecimentos de programação.

Isso porque entender Python, SQL e lógica de dados abre espaço para criar soluções mais personalizadas e avançadas, que vão muito além dos templates prontos. 

Uma vez que você entende lógica de programação, integrar seu código a uma plataforma low-code como o Retool se torna um processo natural. E isso faz toda a diferença nos seus projetos!

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