
A busca por agilidade e eficiência nas rotinas de trabalho vem impulsionando o uso de plataformas no-code e low-code. Em poucos anos, qualquer profissional de marketing a TI conseguiu, sem precisar escrever centenas de linhas de código, montar fluxos que antes consumiam horas de trabalho manual. Essa democratização das ferramentas de automação acelerou processos internos, reduziu erros e liberou tempo para tarefas de maior valor.
Neste artigo, vamos colocar lado a lado o n8n e o Make, duas das ferramentas de automação mais populares do mercado. Nosso objetivo é apresentar, de forma direta e clara, os pontos fortes e as diferenças de cada plataforma: da interface de criação à flexibilidade de personalização, dos modelos de hospedagem aos custos. Assim, você terá informações suficientes para decidir qual delas se encaixa melhor no seu perfil e nas necessidades do seu projeto.
O que é o n8n?

O n8n é uma plataforma de automação de fluxos de trabalho que combina a liberdade do código aberto (open source) com a facilidade do low-code. Na prática, você constrói processos conectando “nós” (nodes) visuais, que são pequenos blocos que representam tarefas, como enviar e-mail, ler um registro no CRM, atualizar uma planilha ou acionar uma API externa e definir gatilhos que fazem tudo acontecer automaticamente. Em vez de lidar com linhas e linhas de código, você desenha o percurso das suas tarefas, mapeando cada etapa de forma clara e intuitiva.
Para quem preza pelo controle absoluto sobre os próprios dados, o n8n pode ser instalado em servidores próprios. Isso elimina a dependência de provedores externos e garante que todas as informações fiquem dentro da sua infraestrutura ideal para empresas que precisam cumprir normas de segurança ou políticas de privacidade rígidas. A hospedagem interna também abre caminho para ajustes finos: você escolhe como escalar o ambiente, quais recursos dedicar a cada fluxo e até adapta o comportamento da plataforma conforme o ritmo de crescimento do seu negócio.
Ainda que muitos projetos sejam resolvidos apenas com os nós prontos, há ocasiões em que a automação pede soluções específicas. É aí que entram os nós de script, onde você pode escrever códigos em JavaScript ou Python diretamente no fluxo.
Quer validar dados de diferentes fontes antes de prosseguir? Fácil. Precisa transformar relatórios complexos em tabelas simplificadas para alimentar um dashboard? Também dá. E, se surgir a necessidade de usar uma biblioteca externa para gerar PDFs, consumir uma API proprietária ou aplicar lógica de inteligência artificial, é só incorporar o trecho de código necessário, sem perder a fluidez de toda a automação.

O que é o Make?

Make é uma plataforma de automação que transforma tarefas repetitivas em processos fluidos, tudo isso por meio de uma interface visual superintuitiva. Em vez de abrir mão do controle ou encarar linhas de código, você simplesmente arrasta e conecta módulos chamados de “cenários”, cada um responsável por uma ação, como enviar um e-mail, atualizar uma planilha ou disparar uma notificação no Slack.
Cada cenário começa com um gatilho: ele pode ser o envio de um formulário pelo cliente, a chegada de um novo pedido na loja ou até um horário pré-definido no calendário. A partir desse ponto, você define a sequência de passos que deseja executar sem digitar uma única linha de programação.
Por exemplo, ao receber uma resposta em um Google Forms, o Make automação pode enviar os dados para o Google Sheets, avisar seu time no Slack e disparar uma mensagem de boas-vindas por e-mail. Tudo em poucos cliques e com total transparência sobre o que está acontecendo em cada etapa.
Onde o Make faz diferença
- Marketing e vendas: gere, classifique e nutra leads automaticamente, acelerando o fechamento de negócios.
- Operações internas: sincronize bancos de dados, planilhas e CRMs para evitar retrabalho e minimizar erros.
- Suporte e TI: monitore sistemas e crie tickets automaticamente ao identificar falhas ou exceções.
- Recursos Humanos: agilize a integração de novos colaboradores, enviando documentos, criando contas e notificando equipes sem atrasos.
- Redes sociais e conteúdo: programe publicações em blogs, Facebook, Instagram e LinkedIn sem precisar alternar entre várias abas.
- Gestão de projetos: conecte Trello, ClickUp, Notion e afins para registrar automaticamente prazos, status e tarefas concluídas.
Algumas empresas já relatam ganhos expressivos: a TechFlow, por exemplo, economizou cerca de 15 horas semanais ao automatizar seu fluxo de leads — horas que agora podem ser dedicadas a estratégias e à criatividade.
Além do básico: personalização avançada
Para ir além dos módulos prontos, a ferramenta de automação Make oferece:
- Filtros e lógica condicional, permitindo que nem todas as execuções sigam o mesmo caminho;
- Webhooks, para receber informações em tempo real de sistemas externos;
- Conexão via API, abrindo portas para integrações totalmente sob medida;
- Transformação de dados, com ferramentas de automação que estruturam ou formatam informações antes de enviá-las adiante.
Com suporte a mais de 2.000 aplicativos, de Gmail, Slack e Google Sheets a Shopify, Mailchimp e Meta Ads, o Make se adapta a equipes de qualquer tamanho e segmento. É a solução ideal para quem quer acelerar processos, manter tudo organizado e ainda ter espaço para criar automações do jeito que o negócio precisa.
Comparativo direto: n8n vs Make

Quando chega a hora de automatizar processos, é comum ficar em dúvida entre opções poderosas de ferramentas de automação como n8n e Make (antigo Integromat). Vamos ver, ponto a ponto, como cada uma se comporta sem repetições para ajudar você a decidir qual encaixa melhor nas suas necessidades.
1. Interface e experiência de uso
- n8n
A tela principal é um grande quadro de fluxogramas, no qual cada nó representa um passo na automação. A interface é gráfica, porém mais técnica e menos poluída visualmente, exigindo maior familiaridade com conceitos de automação e lógica. Isso resulta em uma curva de aprendizado mais acentuada, especialmente para iniciantes. - Make
Aqui, tudo é colorido, com blocos que “encaixam” por arrastar e soltar que facilita a criação de fluxos lineares. É projetada para usuários no-code e iniciantes, permitindo que obtenham resultados rapidamente sem conhecimento técnico aprofundado.
2. Flexibilidade em fluxos complexos
- n8n
É possível criar caminhos que tem suporte a fluxos não-lineares, tratar cada erro de forma distinta e até disparar ações diferentes conforme o conteúdo dos dados. Para adicionar algo fora do comum, você abre um nó de script e escreve em JavaScript ou Python. Isso significa liberdade total para integrar APIs próprias, usar bibliotecas externas e até acionar agentes de IA com configurações feitas por você. - Make
Tudo gira em torno de sequências lineares: o que vem depois segue sempre a mesma ordem, com algumas exceções via filtros. Essa abordagem mantém as coisas simples, mas acaba limitando quem precisa de lógica avançada ou ajustes finos no tratamento de erros.
3. Integrações disponíveis
- n8n
A comunidade contribui o tempo todo, e hoje já são mais de 1.000 conexões prontas de sistemas populares a ferramentas de automação de nicho. Quando o que você quer não está lá, dá para usar ferramentas HTTP ou scripts para trazer suporte a qualquer API. - Make
Com mais de 2.000 integrações nativas, é só buscar o serviço que a chance de já existir um módulo é grande. Isto acelera a configuração, sobretudo em operações de marketing, vendas ou atendimento, nas quais as ferramentas mais usadas costumam estar cobertas.
4. Curva de aprendizado
- n8n
Moderada a alta, especialmente para quem não tem experiência técnica. Estima-se que um usuário dedicado leve semanas para dominar a plataforma e explorar todo seu potencial. - Make
Baixa, com uma experiência amigável para iniciantes, permitindo que usuários no-code criem automações funcionais em poucos dias ou até horas. A documentação e tutoriais são acessíveis e focados em facilitar o aprendizado.
5. Limitações e manutenção
- n8n
Hospedar por conta própria significa investir em servidores, atualizações e monitoramento. Pequenas equipes sem time de TI podem encontrar dificuldades, mas, em troca, mantêm total propriedade dos dados. - Make
Por ser 100% na nuvem, a ferramenta de automação cuida de tudo para você. Em contrapartida, planos gratuitos contam com limite de operações e nem sempre suportam recursos avançados. E, se privacidade for prioridade, a plataforma Make automação é SaaS, o que significa que há menos controle sobre dados e privacidade, o que pode ser um problema para empresas com requisitos rigorosos de conformidade.
6. Modelo de preços
- n8n
Livre para usar em servidores próprios, sem custos de licença. Caso prefira não se preocupar com infraestrutura, há planos na nuvem a partir de cerca de R$ 125 mensais, incluindo suporte e recursos extras.

- Make
Começa de graça, mas cada salto de volume e complexidade eleva o valor pago. Tudo é medido pelas operações mensais, sem opção de hospedar internamente.

7. Quem sai ganhando?
n8n
Desenvolvedores, equipes técnicas e empresas que necessitam de controle total sobre seus dados, desejam auto-hospedar a plataforma e precisam de automações complexas e altamente personalizáveis. Também é indicado para quem quer integrar APIs menos comuns e usar agentes de IA avançados.
Make
Usuários no-code, pequenas e médias empresas, profissionais que buscam rapidez e facilidade para criar automações simples a intermediárias sem programação. Ideal para quem prefere uma solução pronta na nuvem, com ampla biblioteca de integração e interface intuitiva.
Qual ferramenta de automação escolher?
A escolha entre n8n e Make começa por entender quem vai usar a ferramenta e o tipo de automação que você precisa. Cada plataforma tem pontos fortes bem definidos que são:
Para quem escolher n8n?
Perfil: desenvolvedores, equipes de TI e empresas com suporte técnico.
Cenários de uso recomendados:
Se o seu dia a dia envolve fluxos cheios de desvios, várias condições, exceções e caminhos paralelos, o n8n se encaixa perfeitamente. Quando cada projeto pede algo fora do padrão, seja rodar um trecho de JavaScript para validar dados, seja acionar uma função em Python para transformar relatórios, você encontra no n8n templates o espaço ideal para inserir esse código personalizado.
Além disso, quem precisa manter controle absoluto sobre onde as informações trafegam vai valorizar a opção de hospedar tudo no próprio servidor, garantindo segurança, privacidade e autonomia para escalar conforme a demanda.
Em cenários que envolvem APIs menos conhecidas ou até agentes internos de inteligência artificial, a transparência de cada etapa do fluxo e a liberdade para ajustar cada detalhe faz do n8n a ferramenta escolhida por quem não abre mão de flexibilidade total.
Para quem escolher Make?
Perfil: usuários no-code, profissionais de marketing, pequenas e médias empresas e qualquer pessoa que queira automações ágeis sem lidar com programação.
Cenários de uso recomendados:
Quando suas atividades giram em torno de processos lineares, como repassar leads do CRM para o e-mail marketing, programar postagens em redes sociais ou atualizar relatórios em planilhas, o Make automação entrega tudo rapidamente.
Com sua interface colorida e módulos prontos, você monta um fluxo completo em minutos apenas arrastando blocos e configurando campos. Se a sua prioridade é ter centenas de integrações prontas (de Gmail e Slack a Shopify e Meta Ads) à disposição sem precisar configurar APIs manualmente e se prefere deixar a infraestrutura na nuvem, o Make é a escolha natural.
E, para quem está começando, o plano gratuito permite testar cenários reais com baixo investimento, acelerando a adoção antes de migrar para recursos pagos conforme o uso cresce.
Resumo prático: qual é a melhor ferramenta de automação?
Critério | n8n | Make |
---|---|---|
Perfil do usuário | Desenvolvedores e equipes técnicas | Usuários no-code e pequenas empresas |
Complexidade da automação | Alta: fluxos não-lineares e cheia de condições | Média: cenários lineares e diretos |
Controle de dados | Total (auto-hospedagem) | Limitado (nuvem da plataforma) |
Personalização via código | Completa (JavaScript e Python) | Restrita a filtros e configurações visuais |
Integrações disponíveis | +1.000 (com possibilidade de chamadas API manuais) | +2.000 (prontas para uso imediato) |
Curva de aprendizado | Moderada a alta | Baixa |
Modelo de preços | Grátis self-hosted; nuvem a partir de ~US$ 25/mês | Plano gratuito limitado; escala conforme uso |
Como aprender mais sobre automação com lógica de programação
Entender lógica de programação e saber integrar trechos de código faz toda a diferença na hora de explorar o verdadeiro potencial do n8n. Quando você domina conceitos como variáveis, condicionais e loops em Python, consegue ir além dos módulos prontos, customizar cada etapa do fluxo e até criar conexões com APIs ou bibliotecas específicas.
É esse conhecimento que transforma um simples cenário em automações robustas, capazes de lidar com qualquer desafio desde validações avançadas até relatórios dinâmicos.
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Comentários
30xpVocês vão oferecer alguma trilha ensinando n8n ?