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MCP: entenda o protocolo que conecta IA e contexto

Avatar de Mykael Lima Mykael Lima
10 minutos de leitura 12/04/2025 • Atualizado 3 dias atrás 5xp

Em um cenário em que ferramentas baseadas em inteligência artificial generativa estão cada vez mais integradas ao fluxo de trabalho de desenvolvedores, entender o  papel do MCP (Model Context Protocol)se tornou essencial. Esse novo protocolo está transformando a forma como modelos de linguagem, como o Claude da Anthropic ou IDEs como o Cursor, interagem com o contexto e acessam informações externas para oferecer respostas mais precisas e contextualizadas.

Mas, afinal, o que é MCP, como ele funciona e por que é considerado uma peça-chave para o futuro das LLMs? Neste artigo, você encontra as respostas!

O que é MCP?

O MCP (Model Context Protocol) é um protocolo que padroniza a forma como modelos de linguagem — como o Claude, da Anthropic — recebem e interpretam informações contextuais de ferramentas externas, como editores de código, navegadores e outros softwares. Em outras palavras, trata-se de uma estrutura que permite enviar ao modelo mais do que apenas texto: com o MCP, é possível fornecer dados sobre o ambiente de trabalho, os arquivos abertos, o histórico de interações e até a intenção do usuário.

Essa abordagem representa um avanço em relação ao uso tradicional de prompts, que, por si só, são limitados e exigem que o usuário detalhe manualmente todo o contexto necessário. O MCP automatiza e estrutura esse envio de informações, permitindo que a IA atue de forma mais proativa, precisa e relevante.

Na prática, o protocolo funciona como uma ponte entre o mundo real e os modelos de IA, oferecendo um caminho padronizado para que esses sistemas entendam onde o usuário está, o que está fazendo e o que espera como resultado. Com isso, ferramentas baseadas em LLMs se tornam mais eficazes, produtivas e integradas ao cotidiano de quem desenvolve software ou trabalha com sistemas complexos.

Agora que você já entendeu o que é o MCP e como ele padroniza a comunicação entre modelos de linguagem e seu ambiente de trabalho, chegou a hora de ver tudo isso em ação.

No vídeo logo abaixo, clique no play e mergulhe nessa demonstração completa!

Como funciona o MCP na prática?

O Model Context Protocol atua como uma interface padronizada entre o modelo de linguagem e o ambiente no qual o usuário está operando. Ao contrário do modelo tradicional, em que o contexto precisa ser descrito manualmente por meio de prompts, o MCP permite o envio automatizado e estruturado de informações relevantes para a tarefa em execução.

Essa transmissão de contexto acontece por meio de blocos de dados estruturados em JSON, que seguem um schema definido. Esses blocos representam diferentes aspectos do ambiente do usuário e ajudam o modelo a compreender o cenário completo. Entre os principais tipos de contexto enviados via MCP, estão:

  • Informações do workspace: quais arquivos estão abertos, em qual linguagem estão escritos e onde o cursor está posicionado;
  • Ambiente de desenvolvimento: frameworks e bibliotecas em uso, sistema operacional, configurações da IDE, entre outros;
  • Histórico de interações: conversas anteriores com o modelo, comandos executados, perguntas feitas recentemente;
  • Intenção do usuário: quando possível, o sistema interpreta (ou o próprio usuário define) o que ele está tentando fazer — como refatorar um código, encontrar um bug ou gerar documentação.

Esse conjunto de informações é enviado ao modelo junto ao prompt, mas em um formato separado e muito mais organizado. O resultado é uma IA com consciência situacional, capaz de fornecer sugestões, completar trechos de código e responder perguntas com mais precisão, coerência e relevância.

Ferramentas como o Cursor IDE, que integram modelos como o Claude, já estão utilizando o MCP para oferecer uma experiência muito mais próxima da colaboração real entre humanos e inteligência artificial. Com base no que está aberto no editor, o modelo consegue inferir a função do código, propor melhorias alinhadas com o projeto e até antecipar necessidades do desenvolvedor — algo que não seria possível apenas com prompts tradicionais.

Aplicações do MCP em LLMs e ferramentas de IA

O avanço do MCP tem impulsionado uma nova geração de ferramentas de IA mais integradas, responsivas e sensíveis ao contexto do usuário. Empresas como a Anthropic já estão utilizando o protocolo para otimizar a performance do Claude, seu modelo de linguagem de última geração. Ferramentas como o Cursor IDE também adotaram o MCP para transformar a experiência de desenvolvimento com IA, tornando-a mais fluida, eficiente e colaborativa.

Claude e o uso de contexto enriquecido

A Anthropic foi uma das primeiras a implementar o MCP em seu ecossistema. Ao conectar o protocolo ao Claude, a empresa permitiu que o modelo entendesse não apenas o conteúdo do prompt, mas também dados contextuais vindos de ferramentas externas. Isso inclui arquivos abertos, trechos de código selecionados, nome do projeto, linguagem utilizada e até configurações do ambiente de trabalho.

O resultado é um modelo que responde com mais objetividade e aderência ao cenário real, atuando de forma muito mais próxima de um assistente de engenharia de software — capaz de completar código, detectar bugs, sugerir melhorias e até explicar funcionalidades dentro do contexto do projeto.

Cursor IDE: IA nativa com MCP

O Cursor IDE é um dos exemplos mais notáveis da integração entre IA e desenvolvimento via MCP. Trata-se de um editor de código baseado no VSCode, mas com funcionalidades nativas de IA generativa. Ao adotar o MCP, o Cursor consegue:

  • Compartilhar em tempo real o estado do editor com o modelo;
  • Indicar ao Claude quais arquivos estão sendo trabalhados;
  • Fornecer informações sobre a posição do cursor e o trecho de código em foco;
  • Armazenar histórico de interações para manter continuidade.

Na prática, o desenvolvedor não precisa reescrever prompts longos ou explicar o que está fazendo — o modelo já sabe. Isso cria uma experiência de pair programming com IA, na qual a colaboração é natural e o modelo se adapta à forma como o usuário trabalha.

Outros casos de uso emergentes

Além da Anthropic, o MCP já está sendo observado por outras empresas de IA e ferramentas de produtividade. À medida que o protocolo se consolida, é possível que vejamos sua integração com:

  • Editores de texto e código (como o VSCode, JetBrains, etc.);
  • Navegadores, permitindo IA com contexto de abas, histórico e sessões;
  • Plataformas de atendimento ao cliente, com histórico de interações em tempo real;
  • Aplicativos de produtividade e organização pessoal.

Essas aplicações mostram o potencial do MCP para levar os modelos de linguagem a um novo patamar: o de agentes inteligentes conscientes do ambiente e capazes de agir com mais precisão.

Vantagens e limitações do MCP

O MCP representa um avanço significativo na forma como modelos de linguagem interagem com ambientes reais. Ao oferecer um padrão para envio de contexto, ele resolve diversos gargalos históricos do uso de LLMs em aplicações práticas. No entanto, como toda tecnologia emergente, também apresenta desafios e limitações que ainda estão sendo endereçados.

Vantagens do MCP

  • Maior precisão nas respostas:
    Com acesso a um contexto mais amplo e estruturado, os modelos conseguem interpretar melhor a intenção do usuário, reduzindo mal-entendidos e respostas genéricas.
  • Menos dependência de prompts manuais:
    O MCP automatiza a construção de contexto, o que economiza tempo e reduz a carga cognitiva do usuário — muito útil em ambientes como IDEs.
  • Integração fluida com ferramentas externas:
    Editores de código, navegadores e outros aplicativos podem se conectar diretamente ao modelo via MCP, tornando a IA um agente contextualizado e não apenas um chatbot.
  • Escalabilidade e padronização:
    Por ser um protocolo aberto e estruturado, o MCP facilita a adoção por diferentes ferramentas e times, criando um ecossistema mais coeso em torno de LLMs.
  • Melhora na continuidade das interações:
    O modelo pode “lembrar” o que está acontecendo ao longo do tempo — não apenas por meio do histórico textual, mas com eventos e estados compartilhados do ambiente.

Limitações e desafios do MCP

  • Dependência da qualidade do contexto enviado:
    Se a ferramenta que implementa o MCP não enviar os dados corretos, ou se o schema estiver incompleto, o modelo pode agir com base em um entendimento incorreto.
  • Sobrecarga de informações irrelevantes:
    Em alguns casos, o envio de contexto excessivo pode prejudicar o desempenho, forçando o modelo a processar dados que não são úteis para a tarefa em questão.
  • Questões de privacidade e segurança:
    Compartilhar informações do ambiente do usuário com um modelo de IA levanta preocupações legítimas sobre proteção de dados, especialmente em ambientes corporativos.
  • Limitações do próprio modelo:
    Mesmo com mais contexto, o modelo ainda pode não compreender nuances humanas, fluxos complexos de lógica ou ambiguidades — o que reforça a importância de supervisão humana.
  • Adoção ainda restrita a ferramentas específicas:
    Por ser uma tecnologia recente, o MCP ainda está em fase de testes ou early adoption em muitas plataformas. Sua ampla adoção dependerá do suporte da comunidade e de grandes players.

O impacto do MCP no futuro da IA generativa

À medida que os modelos de linguagem se tornam mais potentes e acessíveis, surge uma nova exigência: eles precisam compreender melhor o mundo onde estão sendo aplicados. O MCP é um passo essencial nessa direção, pois oferece aos LLMs algo que sempre lhes faltou — consciência contextual em tempo real.

Ao permitir que o modelo acesse dados estruturados sobre o ambiente, o MCP transforma a IA de um sistema reativo, limitado ao prompt, em um agente proativo e situacionalmente inteligente. Essa mudança de paradigma abre espaço para aplicações muito mais sofisticadas, que vão além da simples geração de texto. Estamos falando de autonomia assistida, copilotos de software, assistentes de pesquisa, análise de dados em tempo real e até IA integrada a decisões estratégicas.

Além disso, por ser um protocolo aberto, o MCP incentiva a colaboração entre comunidades de desenvolvimento, empresas e pesquisadores — criando um ecossistema onde IA e ferramentas humanas não apenas coexistem, mas evoluem juntas.

Se o futuro da IA generativa passa por mais utilidade prática, adaptabilidade e inteligência aplicada, o MCP é um dos blocos fundamentais dessa construção.

Dê o próximo passo: aprenda Python

Se você chegou até aqui, já entendeu que o MCP (Model Context Protocol) é mais do que um simples padrão técnico — ele representa uma virada de chave na forma como interagimos com a inteligência artificial. Ferramentas como Claude e Cursor IDE já estão abrindo caminho para um futuro em que os modelos de linguagem não apenas respondem, mas compreendem o contexto, se adaptam ao ambiente e colaboram com desenvolvedores em tempo real.

Mas, para aproveitar essa nova fase da IA, é preciso mais do que curiosidade: é preciso preparo técnico.

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