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Container

Containers: transformando o desenvolvimento em Python

Avatar de Rebeca Honório Rebeca Honório
14 minutos de leitura 25/03/2025 • Atualizado 1 dia atrás 5xp

Você já ouviu falar em containers? Se está começando a programar ou gerenciar aplicações, provavelmente já se deparou com esse termo. Mas o que são containers e como eles podem facilitar seu trabalho com Python? 

Neste artigo, vamos explorar a definição e os benefícios dos containers, focando em como essa tecnologia pode transformar o desenvolvimento e a implantação de suas aplicações Python. De ambientes de desenvolvimento consistentes à redução de erros e conflitos de dependências, entender como utilizar containers é um passo essencial para quem busca otimizar e escalar seus projetos de forma eficiente e ágil. Vamos ver como a conteinerização pode ser a chave para melhorar seu fluxo de trabalho e proporcionar um ambiente de desenvolvimento mais robusto e controlado.

O que são containers?

Containers (ou contêineres, em português) são ambientes isolados que empacotam aplicações e todas as suas dependências, garantindo que elas funcionem da mesma forma em qualquer ambiente. Cada container executa um conjunto de processos a partir de uma imagem, a qual contém todos os arquivos necessários, enquanto compartilha o mesmo kernel do sistema operacional e mantém os processos da aplicação isolados dos demais.

A proposta é que cada container seja responsável por uma única tarefa, o que permite dividir funcionalidades e evitar interferências entre processos diferentes. Quando agrupados, esses containers formam um cluster, que pode compartilhar recursos como armazenamento e executar dezenas ou centenas de containers simultaneamente.

Essa abordagem é extremamente útil em ambientes de desenvolvimento, servindo como base para práticas DevOps. No desenvolvimento, os containers empacotam aplicações de forma que sejam portáveis e funcionem de maneira consistente, independentemente das características do ambiente, como o sistema operacional. Em operações, eles oferecem uma alternativa mais simples e eficiente que as máquinas virtuais, pois, ao compartilhar o kernel (núcleo do sistema operacional), consomem menos recursos.

Além disso, containers virtualizam o sistema operacional, permitindo que aplicações sejam executadas em qualquer lugar, desde um data center privado até a nuvem pública ou mesmo no laptop de um desenvolvedor. Essa tecnologia impulsiona a agilidade e a eficiência das equipes, que conseguem implantar software rapidamente e operar em larga escala. Grandes serviços, como Gmail, YouTube e Pesquisa do Google, funcionam sobre containers, demonstrando a robustez e a escalabilidade dessa abordagem. Ao longo dos anos, o conhecimento sobre execução de cargas de trabalho em containers foi compartilhado com a comunidade, desde as contribuições iniciais para o kernel do Linux até o desenvolvimento de ferramentas abertas, como o Kubernetes.

Qual a diferença entre containers e conteinerização?

Containers e conteinerização são termos que, embora estejam relacionados, se referem a aspectos distintos da tecnologia que permite a execução de aplicações de maneira portátil e consistente.

Docker VS Container

Um container é uma unidade de software que reúne uma aplicação, suas dependências, bibliotecas e configurações necessárias para sua execução. Ele funciona como um ambiente isolado, mas que compartilha o kernel do sistema operacional do host. Essa abordagem permite que o container seja leve, pois não inclui um sistema operacional completo, apenas o que é essencial para que a aplicação rode. Por ser portável, um container pode ser executado de forma consistente em ambientes diferentes, seja em desenvolvimento, teste ou produção. O isolamento parcial assegura que, embora os containers utilizem o mesmo kernel, cada aplicação tem acesso controlado aos recursos, evitando interferências e conflitos.

Já a conteinerização é o processo de empacotar e gerenciar esses containers. Esse conceito engloba diversas etapas, começando pelo empacotamento, onde o código da aplicação, juntamente com suas dependências e configurações, é agrupado em uma imagem. Em seguida, são utilizadas ferramentas, como o Docker, para criar, distribuir e executar os containers nos hosts. Esse processo também envolve a otimização dos recursos, uma vez que elimina a necessidade de múltiplos sistemas operacionais completos, reduzindo o consumo de recursos e possibilitando implantações mais rápidas e escaláveis.

Comparação e benefícios

Enquanto o container é o ambiente isolado onde a aplicação roda, a conteinerização se refere à metodologia e às ferramentas que tornam possível criar e gerenciar esses ambientes de forma eficiente. Essa abordagem traz consistência, já que elimina problemas de compatibilidade entre diferentes ambientes, e também eficiência, ao reduzir a sobrecarga de recursos comparada ao uso de máquinas virtuais.

Além disso, a agilidade proporcionada pela conteinerização permite que as equipes implantem novas versões e escalem aplicações com mais rapidez, contribuindo para processos de desenvolvimento e operações mais integrados.

Para que servem os containers no desenvolvimento de software?

Os containers surgiram como uma solução para problemas comuns enfrentados na criação e manutenção de aplicações. Eles unem código, dependências e configurações em uma única unidade, garantindo que o comportamento do software seja o mesmo em qualquer ambiente – seja no desenvolvimento, na fase de testes ou na produção.

Ambientes consistentes

Ao empacotar todos os elementos necessários para a execução de um aplicativo, os containers eliminam as discrepâncias que podem ocorrer entre diferentes ambientes. Assim, uma aplicação testada localmente terá o mesmo desempenho quando implantada em outro servidor, o que evita erros e retrabalhos.

Otimização de recursos e economia

Containers compartilham o kernel do sistema operacional, o que reduz significativamente o consumo de recursos em comparação com a virtualização tradicional. Essa economia permite executar mais aplicações com menos servidores, contribuindo para a diminuição de custos operacionais e simplificando a migração para a nuvem, sem a necessidade de modificar o código.

Isolamento e portabilidade

Cada container opera de forma independente, permitindo a criação de ambientes customizados com versões específicas de bibliotecas e dependências. Esse isolamento evita conflitos entre projetos e assegura que a aplicação possa ser executada em qualquer lugar, seja no computador local de um desenvolvedor ou em um servidor na nuvem, sem surpresas relacionadas à configuração do ambiente.

Como a conteinerização facilita o desenvolvimento em Python?

A conteinerização traz uma série de benefícios para o desenvolvimento em Python, tornando o processo mais consistente e eficiente. Ao empacotar o ambiente de execução junto com o código e suas dependências, todos os membros da equipe passam a trabalhar com a mesma configuração, eliminando o famoso problema de “funciona na minha máquina”. Essa uniformidade garante que o comportamento do aplicativo seja previsível e estável, independentemente do local em que ele esteja sendo desenvolvido ou executado.

Outro ponto importante é a redução de conflitos de dependências. Em projetos Python, é comum que diferentes aplicações necessitem de versões específicas de bibliotecas, o que pode gerar incompatibilidades se compartilharem o mesmo ambiente. Com os containers, cada aplicação possui seu próprio conjunto de dependências isoladas, evitando que uma atualização ou alteração em um projeto interfira no funcionamento de outro. Isso facilita não apenas o desenvolvimento, mas também a manutenção e a evolução contínua dos sistemas.

Além disso, a conteinerização integra-se perfeitamente a práticas modernas de desenvolvimento, como pipelines de CI/CD, permitindo testes automatizados e implantações rápidas. Essa agilidade no ciclo de desenvolvimento contribui para uma colaboração mais eficaz entre os times, promovendo a entrega de soluções de forma mais segura e consistente.

Ferramenta mais popular para containers 

Quando falamos em containers, duas ferramentas se destacam: Docker e Kubernetes. Cada uma delas atende a diferentes necessidades dentro do ciclo de desenvolvimento e operações, oferecendo soluções complementares.

Docker

O Docker se tornou sinônimo de conteinerização por sua capacidade de empacotar e executar containers de forma simples e padronizada. A ferramenta utiliza imagens que contêm tudo o que uma aplicação precisa para rodar para criar ambientes isolados com um simples comando, como o “docker run”. Essa abordagem traz algumas vantagens significativas:

  • Padronização: funciona em diversas plataformas, incluindo Linux, Windows e macOS, garantindo que os containers se comportem da mesma forma em qualquer ambiente.
  • Ecossistema robusto: a integração com ferramentas como Docker Hub, Docker Compose e Docker Swarm amplia suas capacidades, facilitando a colaboração e a gestão dos containers.
  • Facilidade de uso: com uma interface intuitiva, o Docker permite que tanto desenvolvedores quanto equipes de DevOps iniciem projetos rapidamente, sem enfrentar barreiras técnicas.

Apesar de suas vantagens, o Docker possui limitações quando se trata de orquestração. O Docker Swarm, por exemplo, oferece uma solução para gerenciar múltiplos containers, mas não possui a robustez necessária para ambientes complexos ou de larga escala.

Exemplo prático: criando seu primeiro container Python com Docker

Se você quer rodar um aplicativo Python dentro de um container, o Docker facilita esse processo. Vamos criar um container básico com Python e entender como ele funciona.

  1. Instale o Docker
    Caso ainda não tenha o Docker instalado, siga as instruções disponíveis no site oficial do Docker.

Execute um container com Python

Abra o terminal e rode o seguinte comando:

 docker run -it python

Esse comando baixa a imagem oficial do Python (caso ainda não esteja no seu sistema) e inicia um container interativo, permitindo que você execute comandos Python dentro dele.

Criando um aplicativo Python dentro do container

Vamos criar um pequeno script Python dentro do container. No terminal do Docker, digite:

print("Olá, Docker!")

Esse é um exemplo simples, mas mostra como o ambiente Python dentro do container está pronto para rodar seu código.

Executando um arquivo Python no container

Se você quiser rodar um arquivo Python existente, primeiro crie um script chamado app.py na sua máquina:

print("Este script está rodando dentro de um container Docker!")

Agora, execute o seguinte comando para rodá-lo dentro de um container:

docker run -v $(pwd):/app -w /app python python app.py

Esse comando monta a pasta atual dentro do container e executa o script.

Kubernetes

Para ambientes que exigem a gestão de centenas ou milhares de containers, o Kubernetes se destaca. Essa ferramenta automatiza a implantação, o escalonamento e o monitoramento dos containers em clusters, proporcionando alta disponibilidade e tolerância a falhas. Entre seus principais benefícios, podemos citar:

  • Escalabilidade: projetado para suportar um grande número de containers com performance e resiliência, garantindo que os serviços permaneçam operacionais mesmo sob alta demanda.
  • Adoção corporativa: empresas de grande porte, como Google, Walmart e Shopify, utilizam o Kubernetes devido à sua capacidade de gerenciar ambientes complexos com eficiência.
  • Extensibilidade: o Kubernetes integra-se facilmente com outras ferramentas, como Helm e Istio, e se adapta bem aos principais provedores de nuvem, como AWS, EKS e GKE.

Porém, essa robustez vem acompanhada de uma complexidade técnica maior. A configuração e manutenção do Kubernetes requerem conhecimento especializado, o que pode ser um desafio para equipes que estão dando seus primeiros passos nessa tecnologia.

Exemplo prático: criando seu primeiro container Python com Kubernetes

Agora, vamos ver como executar um container Python usando Kubernetes. Diferentemente do Docker, o Kubernetes gerencia múltiplos containers em clusters, o que é útil para aplicações escaláveis.

1. Instale o Kubernetes e o Minikube
Para testar Kubernetes localmente, instale o Minikube, que permite rodar um cluster Kubernetes no seu computador.

2. Inicie o Minikube
No terminal, execute:
minikube start

3. Crie um arquivo Dockerfile

Para rodar Python no Kubernetes, primeiro precisamos criar uma imagem personalizada. No diretório do seu projeto, crie um arquivo chamado “Dockerfile”:

FROM python:3.9
WORKDIR /app
COPY app.py .
CMD ["python", "app.py"]

4. Construa e envie a imagem Docker

Com o Docker rodando, crie a imagem e envie para o seu registro local:

docker build -t meu-python-app .

5. Crie um manifesto Kubernetes
Agora, crie um arquivo “deployment.yaml” com a seguinte configuração:

apiVersion: apps/v1
kind: Deployment
metadata:
  name: python-app
spec:
  replicas: 1
  selector:
    matchLabels:
      app: python-app
  template:
    metadata:
      labels:
        app: python-app
    spec:
      containers:
      - name: python-container
        image: meu-python-app
        imagePullPolicy: Never

6. Implante o container no Kubernetes

Aplique o manifesto com o comando:

kubectl apply -f deployment.yaml

7. Verifique se o container está rodando

kubectl get pods

8. Acesse os logs do container

kubectl logs -l app=python-app

Agora, seu aplicativo Python está rodando dentro de um container gerenciado pelo Kubernetes. Esse processo pode ser expandido para escalar sua aplicação conforme a necessidade.

Exemplos práticos de uso de containers em Python

Os containers tornam o desenvolvimento mais prático, a implantação mais segura e os testes mais eficientes. Aqui estão alguns exemplos reais de como eles podem facilitar sua vida:

Desenvolvimento local com Docker

Se você já precisou configurar um ambiente de desenvolvimento e acabou preso em conflitos de versões, sabe como isso pode ser frustrante. Com Docker, esse problema desaparece. Os containers criam ambientes isolados e replicáveis, garantindo que todas as dependências do projeto estejam lá, sem bagunçar seu sistema.

Por exemplo, se sua aplicação Python exige um framework específico ou uma versão exata do interpretador, basta criar um container com tudo pronto. Isso evita aquelas dores de cabeça com bibliotecas incompatíveis e garante que todos da equipe estejam trabalhando no mesmo ambiente.

Implantação de aplicações web

Na hora de colocar uma aplicação no ar, Docker faz toda a diferença. Com ele, seu código roda da mesma forma no seu computador, no servidor e na nuvem, sem surpresas.

Vamos pegar um exemplo simples com Flask. O primeiro passo é criar um Dockerfile com estas instruções:

FROM python:3  
WORKDIR /app  
COPY app.py ./  
RUN pip install Flask  
CMD ["python", "app.py"]

Depois, basta construir a imagem:

docker build -t minha-app .

E rodar o container:

docker run -p 5000:5000 minha-app

Com isso, sua aplicação Flask estará rodando em um ambiente controlado e reproduzível, seja no seu computador, seja em um servidor remoto.

Testes automatizados com containers

Rodar testes automatizados dentro de containers é uma ótima prática para manter a qualidade do código e garantir que tudo funcione antes de colocar sua aplicação no ar.

Por exemplo, se você usa pytest, pode criar um container que execute os testes sempre que houver uma mudança no código:

docker run --rm minha-app pytest

Isso significa que você pode rodar testes em um ambiente isolado, sem precisar instalar bibliotecas ou configurar tudo do zero no seu computador.

Automação com BotCity

Se você trabalha com automação usando Python, a BotCity tem imagens Docker prontas para uso. Isso facilita rodar bots sem precisar configurar o ambiente toda vez.

Aqui está um exemplo de configuração com Docker Compose:

version: "3.0"
services:
  bot:
    image: botcity/botcity-python-web-chrome
    command: BotRunner
    environment:
      SERVER: developers
      LOGIN: SEU_LOGIN
      KEY: SUA_CHAVE
    shm_size: '1gb'  # Para execução do Chrome

Isso permite rodar múltiplos bots ao mesmo tempo, cada um com sua própria configuração.

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